Deusa d’África lança “Uma onça na cidade” em Maputo

Deusa d’África lança “Uma onça na cidade” em Maputo

 

Deusa d’África lança “Uma onça na cidade” em Maputo

A escritora Deusa d’África vai lançar o seu novo livro, “Uma onça na cidade” , num evento a realizar-se no próximo dia 2 de Julho, pelas 17h.30 min, no Centro Cultural Português em Maputo.

O livro de Deusa d’África sai pela chancela da Alcance Editores, e conta com o posfácio de Sílvio Ruíz Paradiso e será apresentado por Severino Ngoenha.

No seu noivo livro, Deusa d’África transmuta o cenário de seu romance “Uma Onça na Cidade” (2023) em uma tela surreal vibrante, desvendando o âmago da memória colectiva, entremeada por ideias e imagens inquietantes. A narrativa, se desenrola como uma obra espatulada com ousadia.

O pano de fundo do livro é um panorama de desolação e violência, no qual a luta por sobrevivência em meio ao caos é retratada com fúria e realismo. O texto, um emaranhado de metáforas e simbolismos, desvenda as tramas das relações humanas e as consequências amargas de um poder desmedido da mídia, dos militares, das milícias, da justiça.

A autora, lê-se na sinoipse, ficciona o quotidiano moçambicano, criando, de forma alegórica, um exercício de escrita em que ocorre a enunciação do pensamento de um alocutário com rosto e afeições cuja a consciência imagética reside na terra. A narracção ocorre em dois capítulos dos quais na primeira parte, intitulada pradaria, conduz o leitor à uma reflexão sobre a sexualidade do país diante de intempéries a que vê o corpo de sua nação decapitado ao longo de regiões que o compõem e as incertezas na sua orientação sexual. É neste raciocínio que cria personagens abandonados pelas forças humanas e sobrenaturais que veem o seu destino entregue à própria sorte quando homens e mulheres são decapitados por um grupo selvático que mata em nome de Deus.

De acordo com Sílvio Ruíz Paradiso (in posfácio), este é um romance que transcende os limites da realidade, onde a literatura encontra a pintura e ambos tecem uma tapeçaria de desespero e esperança. A sucessão e dinâmica de poder, as nuances políticas e o anseio por um horizonte promissor são entrelaçados em uma prosa evocativa e poética. Cada página é uma jornada pela dualidade humana, mergulhando o leitor nas profundezas da alma, onde a busca pela paz entrelaça-se com a teia da violência.

Não é um livro para os fracos de espírito,, avança uma nota de imprensa, é um mergulho nas entranhas de uma nação em tumulto. As imagens são vívidas, por vezes desconcertantes, carregadas de significado e provocação. Deusa d’África desnuda as feridas e cicatrizes de uma nação, transformando a dor em arte. As páginas do seu livro são um espelho da vida, reflectindo o horror, a beleza e a esperança, envolvendo o leitor com uma narrativa que não apenas conta uma história, mas faz ecoar a ressonância da condição humana.

“Uma Onça na Cidade” (2023) é uma obra que desafia a mente e a sensibilidade, como um quadro que não apenas decora uma parede, mas transcende o espaço e o tempo, convidando-nos a mergulhar profundamente em sua complexidade. O polegar que vira cada página está destinado a se afundar ou tinta ou em sangue, mergulhando no mundo de Deusa d’África, uma artista das palavras que nos leva em uma jornada através da essência da vida, da morte e de tudo o que há entre eles”.

Deusa d’Africa nasceu aos 05 de Julho de 1988 . É conferencista, activista cultural, curadora do Festival Internacional de Poesia e Coordenadora Geral da Associação Cultural Xitende. É autora de obras como “A Voz das Minhas Entranhas” (poesia) editada pelo Fundac em 2014, o romance “Equidade no Reino Celestial” e “Ao Encontro da Vida ou da Morte” (poesia), pela Editora de letras em 2014, e “Cães à Estrada e Poetas à Morgue’’, pela Alcance Editores em 2022. Foi distinguida pelo Governo Provincial de Gaza como Personalidade do ano 2016. Em Março de 2017, representou Moçambique no Festival Literário de Macau. Escreveu o hino para o Festival Nacional de Jogos Escolares e Desportivos em Moçambique em 2017.

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